O Peixinho e o sonho
De Regina Siguemoto e José Carlos Marinez
Narrador: Era uma vez dois peixinhos, o Tonico e o Tico. O
Tonico era vovô de Tico. Eles sempre brincavam juntos no lixão do rio que era
todo colorido. Tico questionava o avô:
Tico: Vô, por que o mundo dos homens é colorido e o
nosso não?
Vovô
Tonico: Como?
Tico: Vô, olhe só como o lixão é todo
colorido! Têm latas de cerveja vermelhas, tênis amarelos, sacolas azuis...
Agora, no nosso mundo tudo parece uma coisa só.
Vovô
Tonico: É, mas o nosso rio já foi
diferente Tico. Antigamente tinha as águas limpas e as pedras eram coloridas. Os
peixes até podiam ser vistos sob as águas transparentes.
Tico: Verdade vovô? Será que ainda existem rios assim?
Vovô Tonico: Sim. Outro dia mesmo peguei
um jornal aqui no lixão que dizia alguma
coisa sobre uma tal de... reserva... Reserva ecológica. Isso mesmo. Lá ainda
existem rios e lagos assim.
Tico: Vô, vamos mudar pra lá?!
Vovô
Tonico: Como? Eu não sei o caminho e além do mais já estou velho. Não vai
dar certo de jeito nenhum.
Narrador: Chegou a noite (barulho
de grilos e música suave) e Tico nem conseguiu dormir de tanto pensar no
lugar que seu avô havia lhe falado. No dia seguinte... (tempo) Tico saiu em disparada e foi para o lixão. Pegou uma lata
de cerveja, um vidro de geléia, um patim, arames, tubos, molas e mais uma
porção de coisas. Juntou tudo, construiu um AQUAMÓVEL e não pensou duas vezes, partiu... (música )
Tico andou, andou, andou (andadinho) e percebeu que o seu aquamóvel precisava ser abastecido.
Foi então que avistou um esgoto. Por sorte encontrou um ratinho passeando por
lá e o perguntou:
Tico: Ratinho, você que é da cidade poderia me informar
onde tem água por aqui?
Ratinho: Tem um chafariz na praça. Não sei se está funcionando, mas deve ter água
por lá.
Narrador: Tico ficou feliz, agradeceu ao rato e foi para a
praça. Conseguiu se refrescar e abastecer o Aquamóvel. Até pensou em descansar,
mas o chafariz tinha tanto lixo, que mais parecia o lixão do rio. (poinhoim) Tico andou o dia inteiro. De
repente, ele viu uma casa, rodeada de plantas por todos os lados e foi até lá.
Narrador: Tico entrou correndo portão adentro, encontrou uma
piscina e “pluft”, mergulhou dentro dela. Nadou, nadou, nadou... Mas, meia hora
depois estava com uma tremenda dor de cabeça.
Tico: Ai, ai , ai! Esse cloro da água vai me matar. O que
faço agora?
Narrador: Desesperado, ele precisava sair dali, mas como? A
água do Aquamóvel tinha acabado novamente. Olhou para os lados e viu uma caixa
d’água. Não deu outra, saltou direto nela. Cansado, Tico dormiu. (música suave)
No dia seguinte, (tempo)
Tico decidiu que iria voltar
para casa. A essa altura, o avô já devia
estar preocupado com ele. Ficou triste por não ter achado o tão sonhado rio de
águas transparentes. Seguiu cabisbaixo, e foi indo... sem sequer olhar por onde
passava. (música triste) Ele acabou
se perdendo e desesperado começou a gritar:
Tico: Meu
Deus! E agora?
Narrador: Aflito, procurava o caminho de volta quando de
repente, ele viu um lugar bonito, cheio de plantas verdinhas e flores
coloridas. Aquele lugar existia de verdade. Com o coração na boca, acelerou o Aquamóvel,
e seus olhinhos viram algo que nunca tinham visto: um belo lago de águas limpas
e transparentes.
Tico: Achei!
Achei! É esse o lugar que o Vovô falou. (vitória)
Narrador: De
lá de dentro um peixinho xereta gritou:
Peixinho: É este sim!
O que está esperando? Pule logo!
Tico: Não
posso, preciso buscar meu avô, ele tem que ver isso.
Peixinho:
Por acaso, seu avô não é um velho contador de histórias, manco de uma das
nadadeiras?
Tico: É
sim! É ele mesmo!
Narrador: E
Tico viu o avô e correu para abraçá-lo mesmo sabendo que mais tarde ganharia
uns bons puxões de orelha.
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