quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O PEIXINHO E O SONHO

O Peixinho e o sonho
De Regina Siguemoto e José Carlos Marinez

Narrador: Era uma vez dois peixinhos, o Tonico e o Tico. O Tonico era vovô de Tico. Eles sempre brincavam juntos no lixão do rio que era todo colorido. Tico questionava o avô:
 Tico:  Vô, por que o mundo dos homens é colorido e o nosso não?
Vovô Tonico: Como?
 Tico: Vô, olhe só como o lixão é todo colorido! Têm latas de cerveja vermelhas, tênis amarelos, sacolas azuis... Agora, no nosso mundo tudo parece uma coisa só.
Vovô Tonico: É, mas o nosso rio já foi diferente Tico. Antigamente tinha as águas limpas e as pedras eram coloridas. Os peixes até podiam ser vistos sob as águas transparentes.
Tico: Verdade vovô? Será que ainda existem rios assim?
 Vovô Tonico: Sim. Outro dia mesmo peguei um jornal aqui no lixão que dizia  alguma coisa sobre uma tal de... reserva... Reserva ecológica. Isso mesmo. Lá ainda existem rios e lagos assim.
 Tico: Vô, vamos mudar pra lá?!
 Vovô Tonico: Como? Eu não sei o caminho e além do mais já estou velho. Não vai dar certo de jeito nenhum.
Narrador: Chegou a noite (barulho de grilos e música suave) e Tico nem conseguiu dormir de tanto pensar no lugar que seu avô havia lhe falado. No dia seguinte... (tempo) Tico saiu em disparada e foi para o lixão. Pegou uma lata de cerveja, um vidro de geléia, um patim, arames, tubos, molas e mais uma porção de coisas. Juntou tudo, construiu um AQUAMÓVEL  e não pensou duas vezes, partiu... (música )
Tico andou, andou, andou (andadinho) e percebeu que o seu aquamóvel precisava ser abastecido. Foi então que avistou um esgoto. Por sorte encontrou um ratinho passeando por lá e o perguntou:
Tico: Ratinho, você que é da cidade poderia me informar onde tem água por aqui?
 Ratinho: Tem um chafariz na praça. Não sei se está funcionando, mas deve ter água por lá.
Narrador: Tico ficou feliz, agradeceu ao rato e foi para a praça. Conseguiu se refrescar e abastecer o Aquamóvel. Até pensou em descansar, mas o chafariz tinha tanto lixo, que mais parecia o lixão do rio. (poinhoim) Tico andou o dia inteiro. De repente, ele viu uma casa, rodeada de plantas por todos os lados e foi até lá.
 Narrador: Tico entrou correndo portão adentro, encontrou uma piscina e “pluft”, mergulhou dentro dela. Nadou, nadou, nadou... Mas, meia hora depois estava com uma tremenda dor de cabeça.
Tico: Ai, ai , ai! Esse cloro da água vai me matar. O que faço agora?
Narrador: Desesperado, ele precisava sair dali, mas como? A água do Aquamóvel tinha acabado novamente. Olhou para os lados e viu uma caixa d’água. Não deu outra, saltou direto nela. Cansado, Tico dormiu. (música suave) 
No dia seguinte, (tempo) Tico decidiu que iria voltar para casa.  A essa altura, o avô já devia estar preocupado com ele. Ficou triste por não ter achado o tão sonhado rio de águas transparentes. Seguiu cabisbaixo, e foi indo... sem sequer olhar por onde passava. (música triste) Ele acabou se perdendo e desesperado começou a gritar:
Tico: Meu Deus! E agora?
Narrador: Aflito, procurava o caminho de volta quando de repente, ele viu um lugar bonito, cheio de plantas verdinhas e flores coloridas. Aquele lugar existia de verdade. Com o coração na boca, acelerou o Aquamóvel, e seus olhinhos viram algo que nunca tinham visto: um belo lago de águas limpas e transparentes.
Tico: Achei! Achei!  É esse o lugar que o Vovô falou. (vitória)
Narrador: De lá de dentro um peixinho xereta gritou:
 Peixinho: É este sim!  O que está esperando? Pule logo!
Tico: Não posso, preciso buscar meu avô, ele tem que ver isso.
 Peixinho: Por acaso, seu avô não é um velho contador de histórias, manco de uma das nadadeiras?
Tico: É sim! É ele mesmo!
Narrador: E Tico viu o avô e correu para abraçá-lo mesmo sabendo que mais tarde ganharia uns bons puxões de orelha. 


  

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